quarta-feira, 23 de março de 2011

As nuvens do Rio de Janeiro


Sabe aquele sol que aparece em um único pedaço de céu azul e cercado por nuvens cinzentas?! Essa foi a recepção que tive quando cheguei a Cidade Maravilhosa. Parecia que o sol queria brilhar, mas as nuvens insistiam em encobrir todo o céu. Raramente o vi. O clima era estranho. Nem quente nem frio... simplesmente morno! E as nuvens estavam sempre lá, embaçando tudo e transformando aquele que era um grande sonho em uma realidade deprimente. Não que o “RIO” seja triste, mas acho que o céu estava de mal do sol.

De um lado “Ele” estava lá, de frente pra mim, de braços abertos... sempre abertos! Nunca se fechavam no conforto de um abraço. Por vezes desejei receber aquele abraço, sentir o aconchego que fui buscar, mas ele estava ali, imóvel e na maioria das vezes escondido atrás das nuvens. Do outro lado, o porto! Embarcações que chegavam e saíam mudas e que não me trouxeram nada e não levaram nada de mim. Por algumas vezes a luz do sol iluminavas as águas, mas não chegava a lugar algum. Talvez o sol não se permitisse iluminar o que pra ele não era belo.



Cheguei a pensar que não era pra eu estar ali. As vezes ainda penso. A parte positiva e otimista de mim acredita que na verdade o “RIO” é quem precisava de mim ou talvez um pouco mais que isso. Acho que o sol do “RIO” precisava da minha luz para se fortalecer. A outra parte de mim, não tão otimista, acredita que eu simplesmente tinha que conhecer a outra imagem do “RIO”. Uma imagem cinzenta, triste, fria... pobre. A parte que fez com que eu percebesse que nem sempre a vida está aberta pra mim.



O que eu trouxe do “RIO”? Coragem, sabedoria, fé, lucidez e a eterna certeza de saber que nem sempre a vida é o reflexo do que acreditamos. E a vontade de voltar e encontrar a luz que semeei por lá e ver que é possível ver o sol brilhar por ali.



O que deixei por lá?! Paz... por acreditar que mesmo que o “RIO” tenha chovido em mim, irradiei o máximo de luz que pude para deixar uma boa imagem da ‘Mineirinha’ feliz que sou!



Fui ao “RIO” pra esquecer de mim, mas na verdade o que consegui, foi me esquecer desse “RIO”.

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