terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Duplo sentido


Não adianta ficar reclamando dos tombos. 
Eles aconteceram e eu estou de pé. 
Um pouco machucada e com algumas cicatrizes, 
mas seguindo em frente. 
Diminuí a intensidade dos meus passos, 
mas ainda não aprendi a olhar por onde piso. 
Falta-me humildade. 
A necessidade de andar de cabeça erguida 
não me deixa observar o lugar certo de colocar meus pés. 
Por isso escorrego em lamas, 
chuto lixeiras e tropeço em barreiras. 
Quero me aproximar das nuvens, 
quero viver o mundo dos meus sonhos 
e isso me afasta do chão, 
e os tombos são mais altos e mais intensos... 
quero flutuar!

Parei de chorar! 
Ainda não entendi se me acostumei com as quedas, 
mas elas doem menos 
ou o fato de aceitá-las tomou conta da vida, 
mas me parece normal cair como é normal dormir e acordar. 
Talvez não saiba o que é conforto, 
por isso ele parece não existir. 
Excede-me o orgulho. 
Não me permito trocar os sorrisos pelas lágrimas... 
quero gritar!

Torno-me cada dia mais ingênua e confiante. 
Acredito nas pessoas, mas o peso do meu coração, 
hora cheio de decepções, 
hora cheio de esperanças, 
sempre me leva ao chão. 
Consigo ser ingênua a ponto de me enganar com minhas ilusões e esperanças. 
No fim, já não sei se é ilusão ou autodefesa. 
Não sei no que acredito ou não, 
no que quero ou não acreditar. 
Causa-me dor. 
Parece que “cresço pra trás”... 
quero acreditar!

E por fim, amo o AMOR cada dia mais. 
Porque esse eu posso dar sem receber. 
Não preciso comprá-lo ou ganhá-lo. 
Posso apenas fortalecê-lo através da fé. 
É gratuito e não me engana. 
Não me faz sentir pior, ou melhor, que ninguém. 
Não se alimenta de vaidade. 
É puro, verdadeiro, sincero. 
Não é conveniente. 
Não mente. 
Não se aproveita das minhas fraquezas. 
O amor é o melhor que tenho em mim. 
É o que me permite perdoar e aceitar tudo. 
É cicatrizante. E é ele que não me deixa desistir nunca. 
De nada... 
quero viver!

Nenhum comentário:

Postar um comentário