Percebi que as características que mais gosto em mim estão guardadas. Sou menos dedicada às coisas que me fazem bem, como dançar e jogar buraco. Por muito tempo afirmei que estas duas coisas são capazes de me desligar do mundo. Será este o motivo do meu cansaço excessivo? Possivelmente tenho me dedicado a outras coisas em momentos que podia dedicar a mim. E não é só isso. Passear, andar por aí... Sentar num banco da Praça da Liberdade e escutar o barulho da água na fonte, ou passar uma hora inteira na orla da Lagoa da Pampulha observando a maravilha da natureza, mesmo que meio destruída pelo homem ou, simplesmente, tirar um dia da semana pra visitar um amigo que não vejo há um tempo e ir ao cinema...
Sinto saudade de quando eu ia ao clube e passava o dia tomando sol e conversando com os amigos e que eu achava que alguns quilos a mais ou aquelas gordurinhas laterais não eram tão importantes ao ponto de me envergonhar. Sinto saudade dos valores que desapareceram em tão pouco tempo, dando lugar a outros, não menos importantes, mas que tiraram de mim alguns belos sorrisos.
Então, fica como meta para a vida. Quero dançar até as pernas doerem e virar algumas noites jogando cartas com pessoas presentes e não de frente para um computador. Visitar mais amigos e ter mais contato com a natureza e principalmente com a água. Quero recuperar os sorrisos que perdi e dá-los de presente a quem precise mais que eu.
Acalmar meu coração e mente.
E voltar a ser o humano que construí antes que ele desapareça.
E me contentar com o que o mundo me deu de melhor e que está guardado em algum lugar.
E eu sei onde está, porque isso é meu e só eu pude guardar...
E só eu posso resgatar...
LINDO, Dinda! Eu penso que o tempo não deixou de existir, a gente só deixa de priorizar as coisas bobas (e deliciosas) pra priorizar o que é produtivo (e, no fim das contas, bobo). Temos, então, é que considerar o bobo produtivo, pois é ele que faz bem. Beijo!
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