terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ainda tenho tempo


Percebi que as características que mais gosto em mim estão guardadas. Sou menos dedicada às coisas que me fazem bem, como dançar e jogar buraco. Por muito tempo afirmei que estas duas coisas são capazes de me desligar do mundo. Será este o motivo do meu cansaço excessivo? Possivelmente tenho me dedicado a outras coisas em momentos que podia dedicar a mim. E não é só isso. Passear, andar por aí... Sentar num banco da Praça da Liberdade e escutar o barulho da água na fonte, ou passar uma hora inteira na orla da Lagoa da Pampulha observando a maravilha da natureza, mesmo que meio destruída pelo homem ou, simplesmente, tirar um dia da semana pra visitar um amigo que não vejo há um tempo e ir ao cinema...

Sinto saudade de quando eu ia ao clube e passava o dia tomando sol e conversando com os amigos e que eu achava que alguns quilos a mais ou aquelas gordurinhas laterais não eram tão importantes ao ponto de me envergonhar. Sinto saudade dos valores que desapareceram em tão pouco tempo, dando lugar a outros, não menos importantes, mas que tiraram de mim alguns belos sorrisos.

Então, fica como meta para a vida. Quero dançar até as pernas doerem e virar algumas noites jogando cartas com pessoas presentes e não de frente para um computador. Visitar mais amigos e ter mais contato com a natureza e principalmente com a água. Quero recuperar os sorrisos que perdi e dá-los de presente a quem precise mais que eu.
Acalmar meu coração e mente.
E voltar a ser o humano que construí antes que ele desapareça.
E me contentar com o que o mundo me deu de melhor e que está guardado em algum lugar.
E eu sei onde está, porque isso é meu e só eu pude guardar...
E só eu posso resgatar...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Culpa


Sinto-me culpada por ter deixado você invadir a minha vida e minha alma.
Por ter permitido que você tomasse conta dos meus pensamentos e das minhas ilusões.
Por não aceitar que, mesmo tão frágil, represente algo tão forte em mim.

Culpada por te desejar todos os dias e por não conseguir imaginar meus dias sem você ou sem sua voz.
Por amar suas mãos, seu olhar, seu sorriso, seu beijo, seu cheiro...
Por acreditar que na maioria das vezes posso ser mais forte que você.
Por achar que pra você é mais difícil que pra mim.

Me culpo por desejar que você me deseje.
Por querer tomar conta dos seus pensamentos.
E não admitir que você possa ter uma vida mais feliz longe de mim.
E essa culpa, que me domina cada dia mais, me cega.
E não me deixa ver que às vezes a culpa seja sua.
E que os seus poucos anos, não são poucos a ponto de saber o que quer, ou não quer.

E que talvez, essa culpa não se chame culpa e sim... paixão!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Duplo sentido


Não adianta ficar reclamando dos tombos. 
Eles aconteceram e eu estou de pé. 
Um pouco machucada e com algumas cicatrizes, 
mas seguindo em frente. 
Diminuí a intensidade dos meus passos, 
mas ainda não aprendi a olhar por onde piso. 
Falta-me humildade. 
A necessidade de andar de cabeça erguida 
não me deixa observar o lugar certo de colocar meus pés. 
Por isso escorrego em lamas, 
chuto lixeiras e tropeço em barreiras. 
Quero me aproximar das nuvens, 
quero viver o mundo dos meus sonhos 
e isso me afasta do chão, 
e os tombos são mais altos e mais intensos... 
quero flutuar!

Parei de chorar! 
Ainda não entendi se me acostumei com as quedas, 
mas elas doem menos 
ou o fato de aceitá-las tomou conta da vida, 
mas me parece normal cair como é normal dormir e acordar. 
Talvez não saiba o que é conforto, 
por isso ele parece não existir. 
Excede-me o orgulho. 
Não me permito trocar os sorrisos pelas lágrimas... 
quero gritar!

Torno-me cada dia mais ingênua e confiante. 
Acredito nas pessoas, mas o peso do meu coração, 
hora cheio de decepções, 
hora cheio de esperanças, 
sempre me leva ao chão. 
Consigo ser ingênua a ponto de me enganar com minhas ilusões e esperanças. 
No fim, já não sei se é ilusão ou autodefesa. 
Não sei no que acredito ou não, 
no que quero ou não acreditar. 
Causa-me dor. 
Parece que “cresço pra trás”... 
quero acreditar!

E por fim, amo o AMOR cada dia mais. 
Porque esse eu posso dar sem receber. 
Não preciso comprá-lo ou ganhá-lo. 
Posso apenas fortalecê-lo através da fé. 
É gratuito e não me engana. 
Não me faz sentir pior, ou melhor, que ninguém. 
Não se alimenta de vaidade. 
É puro, verdadeiro, sincero. 
Não é conveniente. 
Não mente. 
Não se aproveita das minhas fraquezas. 
O amor é o melhor que tenho em mim. 
É o que me permite perdoar e aceitar tudo. 
É cicatrizante. E é ele que não me deixa desistir nunca. 
De nada... 
quero viver!