terça-feira, 8 de junho de 2010

Vai passar...


Será que todos ficam curiosos por saber o que me fere, 

o que me magoa, 
as dores que sinto, 
o que tem escondido atrás de um sorriso contínuo 
que vive estampado em meu rosto. 
Será que todos acham que o brilho que tenho em meu olhar 
é de felicidade ou bom humor 
e não de uma gota de lágrima que insiste em permanecer lá dentro, 
como se fosse uma represa prestes a estourar, 
mas que a estrutura é tão forte que a barragem jamais cede. 
Seria eu egoísta por me enfurecer 
quando as pessoas acham que sou forte o suficiente 
para ser feliz o tempo inteiro 
e que não preciso de colo, de apoio, de carinho? 
Carência, TPM... cômico... 
É mais fácil pensar nisso, 
porque assim não se tem a obrigação de cuidar. 
Eis minha maior fraqueza. 
As pessoas são assim mesmo 
e não tenho que esperar nada de ninguém. 
Sou forte, sou espiritualista e isto basta, 
porque mesmo se eu gritar ao mundo minha dor, 
as prováveis frases que escutarei serão, 
“vai passar”, “eu te avisei” ou “você não precisa disso” 
e isso eu já sei...
O mais interessante 
é que mesmo que as pessoas percebam que eu estou “diferente”, 
ninguém acredita que eu esteja sofrendo, 
“porque eu sou forte demais”. 
E é isso, no fundo, esta vida louca até me diverte. 
O ser humano é na maioria das vezes previsível. 
E quando as pessoas lerem este texto, 
provavelmente a minha dor terá passado. 
E ainda dizem que querem me conhecer, 
porque eu to sempre sorrindo, 
passando boas energias, 
mas no fundo todo mundo sabe que ninguém é feliz o tempo todo. 
Como isso é irônico!
Enfim, o que me importa 
é ter a consciência que ninguém é dono da minha dor, 
ela é minha e quem tem que curá-la sou eu. 
Bola pra frente, portas abertas, bons pensamentos 
e vai passar...

Um comentário:

  1. Olha só: "Vai passar!". Zuera! Vou ter que ir aí te dar pelo menos um abraço mesmo!

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