Será que todos ficam curiosos por saber o que me fere,
o que me magoa,
as dores que sinto,
o que tem escondido atrás de um sorriso contínuo
que vive estampado em meu rosto.
Será que todos acham que o brilho que tenho em meu olhar
é de felicidade ou bom humor
e não de uma gota de lágrima que insiste em permanecer lá dentro,
como se fosse uma represa prestes a estourar,
mas que a estrutura é tão forte que a barragem jamais cede.
Seria eu egoísta por me enfurecer
quando as pessoas acham que sou forte o suficiente
para ser feliz o tempo inteiro
e que não preciso de colo, de apoio, de carinho?
Carência, TPM... cômico...
É mais fácil pensar nisso,
porque assim não se tem a obrigação de cuidar.
Eis minha maior fraqueza.
As pessoas são assim mesmo
e não tenho que esperar nada de ninguém.
Sou forte, sou espiritualista e isto basta,
porque mesmo se eu gritar ao mundo minha dor,
as prováveis frases que escutarei serão,
“vai passar”, “eu te avisei” ou “você não precisa disso”
e isso eu já sei...
O mais interessante
é que mesmo que as pessoas percebam que eu estou “diferente”,
ninguém acredita que eu esteja sofrendo,
“porque eu sou forte demais”.
E é isso, no fundo, esta vida louca até me diverte.
O ser humano é na maioria das vezes previsível.
E quando as pessoas lerem este texto,
provavelmente a minha dor terá passado.
E ainda dizem que querem me conhecer,
porque eu to sempre sorrindo,
passando boas energias,
mas no fundo todo mundo sabe que ninguém é feliz o tempo todo.
Como isso é irônico!
Enfim, o que me importa
é ter a consciência que ninguém é dono da minha dor,
ela é minha e quem tem que curá-la sou eu.
Bola pra frente, portas abertas, bons pensamentos
e vai passar...
Olha só: "Vai passar!". Zuera! Vou ter que ir aí te dar pelo menos um abraço mesmo!
ResponderExcluir