apenas uma vez

Aconchegue-se

Deite-se

Permita-se sentir as batidas do meu coração

Deixe-me tocar-te os cabelos, a pele, a mente

Aceite-se, aceite-me

E posso desnudar-te, aquecer-te

Eleve-se

Leve-te para dentro de si 

Encontre-se e por fim revele-se

Deixe-me tocar-te a nuca, as costas, a alma

Não te julgues, não me julgues

E posso massagear-te, realizar-te

Liberte-se

Abandone teus medos

Livre-se e então entregue-se

Deixe-me tocar-te as mãos, a boca, a aura

Cale-se, cala-me

E posso enlouquecer-te, satisfazer-te 

Abraça-me

Feche teus olhos

Desconecte-se, deleite-se

Deixe-me apenas uma vez

tocar-te

acariciar-te

degustar-te

arrepiar-te

E depois... adormeça.

metamorfose

Não me peça mais do que eu posso te dar

Eu já nem sei o que tenho de verdade, eu sequer sei o que é meu

Não espere por mim, não espere de mim

Eu tô aprendendo a me desapegar das minhas próprias amarras

Não diga que me conhece como a palma da sua mão, você sequer a conhece

Eu já não me conheço mais, eu nunca me conheci e agora mal me reconheço

Não me subestime e menos ainda me superestime

Eu ando me reinventando, me refazendo, me redescobrindo

Não ache que eu vou repetir os mesmos erros e muito menos os mesmos acertos

Eu quero o novo e não o de novo

Não me julgue por quem eu era ontem

Eu já me transformei

Não me veja como larva, nem como borboleta

Eu sou uma metamorfose em tempo real