sábado, 28 de abril de 2012

Não me deixe ir...


o coração acelerado
os olhos brilhantes
os sorrisos mais frequentes
os dias sozinha são mais longos
o tempo quando se está perto passa mais rápido

vivo a ansiedade do próximo encontro
enquanto me esforço para não fazer de você meu único assunto
e me policio para não errar o nome das pessoas
e sorrio do meu próprio sorriso bobo

tento pensar menos nos momentos que passamos juntos
e me controlo para não correr o risco de te esquecer
falo às paredes e me critico por falar demais
e por ser sincera demais

vejo-me incoerente
impaciente
irreverente
inconsciente

renascida
reinventada
renovada
recriada

o sentimento chegou
mas não sei o seu nome
ou a sua tradução
não sei de onde veio
ou pra onde vai 


mas agora desejo apenas
que você não me deixe ir...

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Saudade


desfazem-se teus traços
apaga-se teu brilho
faz-me incolor os teus lábios
inodoro o teu suor
insípido teus beijos
intáctil teus carinhos
acordam os meus sonhos
desalinham meus planos
dormem os meus desejos
fecham meus olhos
silencia minha voz
esvazia meu coração
finda meu tempo
distanciam-se as nossas vidas
intimidam-se os nossos sentimentos
vai-se o nosso amor
vem a saudade

e eu te espero
enquanto não desisto de você

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Pânico


a inspiração sumiu
abandonou-me
inquietou-me
o destino eliminou-me
tirou de mim 
a dor do amor, que me inspira
e me encheu da dor do medo, 
a que emudeceu minha inspiração
hoje, fecho os olhos 
e você não vem
ouço a voz que não é sua
vejo o olhar que não é o seu
sinto medo, mas não é de não ter você
choro, mas não é de saudade
arrepio, mas não é por lembrar do seu toque
hoje, estou com medo do escuro
e escrevo...
mas não pra levar uma mensagem à você
é como se isso me fizesse jogar fora
o pânico que tomou conta do meu ser

talvez, seus braços fossem suficiente
mas como não os tenho
escrevo, choro e rezo